Aplicativo Brasileiro Promove
Comunicação e Aprendizagem Entre Aluna Surda e Professor Com Deficiência
Formativa em LIBRAS
Por: Gian Molinari Martini RU: 1319720
PAP Lucas do Rio Verde-MT
Data: 10/08/2017
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O aplicativo VLibras é
disponível nas versões IOS, Android e para os principais navegadores da
internet (Fonte: http://www.bengalalegal.com/blog/?p=3138).
O artigo 9 da lei 5.626
prevê a “inclusão da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como disciplina nos
cursos superiores que tem por objetivo a formação de docentes”. Como o decreto
foi publicado em 2005, o professor André da Silva Passos, que leciona há
dezessete anos na escola William Shakespeare em Lucas do Rio Verde-MT a matéria
de geografia, não teve a disciplina LBRAS em sua grade curricular de formação.
No começo desse ano letivo (2017), o docente, se deparou com uma dificuldade,
sua aluna Clara (12 anos), do sétimo ano, era surda. A instituição teve
dificuldade para encontrar um interprete de LIBRAS para a estudante, desta
forma, o educador passou a pensar em um meio de estancar sua falha de formação
e comunicar-se com Clara, promovendo a absorção dos conteúdos trabalhados em
sala de aula, inclusão e a interação entre ela e os colegas, que assim como ele
não tem discernimento da Língua Brasileira de Sinais.
O professor, junto a
coordenação da escola e os demais docentes, passaram a buscar uma solução para a
situação, foi então que, por meio de pesquisas na internet, nos sites do
Ministério da Educação (MEC) e do Portal Brasil, encontraram o aplicativo
VLibras. Segundo o site do aplicativo, a inovação é “resulta de uma parceria
entre o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP), por meio da
Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) e a Universidade Federal da
Paraíba (UFPB)”. O VLibras funciona como um tradutor, do português para LIBRAS,
como Hand Talk conhecido mundialmente
e aprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU), ambos promovem a tradução
através de um interprete virtual. O interprete do VLibras usa roupa azul escura,
tem a pele clara, cabelos preto, olhos e nariz grande, como mostra a imagem
acima. Diferente do Hand Talk, o
aplicativo brasileiro está disponível para ser instalado em aparelhos celulares
e tabletes com sistemas Android e IOS e também para os computadores/notebooks
em seus principais navegadores (Google Chrome, Internet Explore e Mozilla
Firefox). O programa, não precisa de conexão com a internet após sua correta
instalação. Os usuários do VLibras contam com um manual de instruções que pode
ser baixado em seu site oficial (www.vlibras.gov.br),
podem se tornar colaboradores e encontrar outras ferramentas relacionadas ao aplicativo.
Nos sites da internet,
basta selecionar uma palavra ou frase, maximizar a janela do VLibras, dar um
“player” e automaticamente o interprete virtual dá a tradução com a
gesticulação das mãos em LIBRAS, porem, uma desvantagem deste recurso é que o
interprete não movimenta os lábios, dificultando a compreensão dos receptores
surdos, principalmente os que têm a habilidade de fazer leitura labial. Outros
pontos negativos é que, algumas expressões linguísticas não se enquadram na
Língua Brasileira de Sinais, inibindo a tradução, por fim, o uso do celular
dentro da sala de aula, sofre restrições diante de sua aceitação por parte dos
professores, que o veem mais, como maleficio do que beneficio. O VLibras dispõe
de ferramentas como aumenta, pausar ou diminuir a velocidade da tradução, além da poder ampliar a tela e optar se quer legenda
ou não no decorrer da tradução. O aplicativo é gratuito e este disponível para
todas as idades, desde que, os surdos beneficiados dominem a língua de sinais
(primeira língua) e a língua portuguesa (segunda língua).
Antes de ministrar suas
aulas de geografia, o professor conta que, costuma adiantar os conteúdos
trabalhados nas aulas posteriores para que Clara pesquise sobre o assunto
abordado. No decorrer das aulas, por meio do celular, a estudante digita suas
duvidas, em língua portuguesa, o professor as lê e através do VLibras responde os
questionamentos, em LIBRAS, mediante a tradução do interprete virtual. Enquanto
André explica os conteúdos para o restante da turma, deixa o multimídia ligado
com a janela do VLibras aberta, traduzindo textos escritos por ele, sobre o
tema que esta sendo ministrado, o educador declara que: "como sou eu o
escritor dos textos, Clara, aprende as mesmas coisas que o restante da turma.
Os colegas respeitam o tempo, o momento individual que preciso ter para sanar
as duvidas dela".
Para o docente, a inovação,
se tornou um meio de estudar fora da sala de aula e tentar amenizar a
dificuldade adquirida desde sua formação, ele costuma treinar a LIBRAS através
do aplicativo, traduzindo palavras e tentando imitar os gestos do interprete
virtual. Os familiares, alunos e coordenadores aprovam o VLibras, incentivam
sua instalação e utilizam-no para interagir com Clara dentro da sala, nos
intervalo das aulas, trabalhos em grupo
e fora do âmbito escolar, quebrando o paradigma da exclusão. Clara afirma que o
VLibras é uma arma muito vantajosa, deixando-a se sentir em condições
igualitárias, comparado as demais pessoas, porém, não troca uma conversa em
LIBRAS face-a-face pelo interprete
virtual.
Assim, o VLibras além de
se enquadrando no artigo 1 da lei 10.436 em que “todos os recursos de expressão
associados a LIBRAS são considerados como meio legal de comunicação”, representa
um avanço para sociedade brasileira, alcançando os objetivos do governo de
socialização e inclusão, expressos no artigo 77 da lei 13.146, onde “O poder público deve
fomentar o desenvolvimento científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação
tecnológicas, voltados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa
com deficiência e sua inclusão social”, aproximando os ditos “normais” dos surdos.
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